Médicos denunciam falta de pagamento de plano de saúde por atendimentos feitos há 6 meses
08/12/2025
(Foto: Reprodução) Médicos relatam que plano de saúde deixou de pagar por atendimentos feitos há 6 meses
Três médicas que atuavam no pronto-socorro Santê, em Campinas (SP), afirmam que estão há seis meses sem receber pelos serviços prestados à Go Care, operadora de plano de saúde que já foi alvo de denúncias por interrupção de tratamentos de pacientes com câncer.
Segundo elas, os atrasos começaram com prazos maiores para pagamento — de 30 para 45, depois 60 e até 90 dias — até chegar à situação atual, com mais de 180 dias sem repasse.
As profissionais, que preferem não ser identificadas, afirmam que trabalhavam como pessoa jurídica (PJ) e que, além de não receberem, tiveram que arcar com impostos. Ainda de acordo com as médicas, cerca de 20 profissionais enfrentam a mesma indefinição.
“Eu recebia normalmente por uns seis meses. Depois começaram a alongar os pagamentos, até que esse ano foi o auge, porque atrasaram mais de 180 dias”, relatou uma das médicas.
A EPTV, afiliada TV Globo, entrou em contato com o Pronto-socorro Santê, que informou que a questão deve ser tratada diretamente com a Go Care. Já a Go Care não se manifestou sobre os pagamentos até a publicação desta reportagem.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp
Pacientes com diagnóstico de câncer tiveram os tratamentos interrompidos por problemas com o plano de saúde Go Care, em Campinas. Segundo os usuários, consultas, quimioterapias e até cirurgias deixaram de ser realizadas.
Em novembro, a empresa afirmou, por nota, que “em nenhum momento houve cancelamentos ou interrupções de pagamento aos prestadores de serviços de Campinas e região”.
Tentativas de negociação e impacto para pacientes
Médicos denunciam falta de pagamento de plano de saúde; atrasos chegam a 6 meses
Reprodução EPTV
De acordo com as médicas, houve diversas tentativas de resolver o problema diretamente com a Go Care, sem sucesso. Em um dos últimos contatos, elas relatam que ouviram que o jurídico entraria em contato para negociar e que, a partir daquele momento, quem aceitasse continuar trabalhando receberia os pagamentos à vista.
“Eles não dão suporte. A gente chegou a ir até a empresa, mas sempre tinha uma desculpa: estavam em horário de almoço ou não queriam conversar”, disse uma profissional.
Elas afirmam que a falta de médicos credenciados afetou atendimentos no pronto-socorro e no ambulatório, deixando pacientes desassistidos.
“Os pacientes chegavam com frustração, buscando ajuda, e nós, mesmo sem receber, trabalhávamos com dedicação e ética para oferecer o melhor possível”, contou uma das médicas.
O que diz a empresa?
Pacientes oncológicos relatam dificuldade no acesso a tratamento em convênio da região
Em nota enviada à EPTV em novembro, o advogado da Go Care informou que "em nenhum momento houve cancelamento ou interrupção de pagamentos aos prestadores de serviço na comarca de Campinas e na região metropolitana."
Ainda segundo o advogado, a empresa reforça "o compromisso com cada beneficiário" e que "a operadora tem cumprido integramente sua missão, garantido a devida assistência", e "está realizando ajustes em sua rede de atendimento sem qualquer prejuízo ao consumidor".
Na época, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que a operadora tem sido acompanhada de perto em razão de graves problemas de natureza econômica e de natureza assistencial. Denúncias podem ser feitas pelo Disque-ANS, no 0800 701 9656.
VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região
Veja mais notícias da região no g1 Campinas
