Pai relembra últimos momentos com Benício, morto após dose incorreta de adrenalina: 'eu gritava muito naquele leito'

  • 08/12/2025
(Foto: Reprodução)
Caso Benício: veja cronologia do atendimento que levou à morte de criança Bruno Mello de Freitas e Joyce Xavier Carvalho, pais de Benício Xavier, de 6 anos, relembraram os últimos momentos do filho, que morreu após receber uma dose incorreta de adrenalina no Hospital Santa Júlia, em Manaus. A criança havia sido levada à emergência com tosse seca e febre, suspeita de laringite. Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro. A médica admitiu o erro em um documento enviado à polícia e em mensagens em que pediu ajuda ao médico Enryko Queiroz, mas a defesa dela afirma que a confissão foi feita "no calor do momento". A técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva, responsável pela aplicação do medicamento, também é investigada. Ambas respondem ao inquérito em liberdade. Segundo o pai de Benício, ao ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o menino estava lúcido. Ele jantou e pediu água com frequência. "Ele me vê e toda vez que tosse ele pede: 'pai, eu quero água'. Ele vai e dá só um golinho". Minutos depois, a criança começou a ficar ofegante. Bruno conta que o filho estava sonolento e se mexia muito. A orientação da equipe médica, segundo ele, foi de que era preciso melhorar a oxigenação para evitar a intubação. “Eu falava com ele internamente: ‘Bora, filho. Bora. Melhora essa oxigenação’. Eu rezava muito, muito, ajoelhado do lado da maca e, infelizmente, essa oxigenação não chegava.” Sem apresentar melhora, pouco antes da meia noite, Benício passou pela primeira das três tentativas de intubação. "Ai, a partir desse momento, começa um entra e sai (de pessoas na UTI)", relembra Bruno. Durante a intubação, a criança sofreu as primeiras paradas cardíacas. Foram seis no total, três delas testemunhadas por Bruno dentro da UTI. "Eu tocava muito nele, apertava muito o pé dele. Eu gritava muito naquele leito. Gritava: 'volta Benício, volta e fica com a gente, você tem força'. E eu rezava, era a única coisa ali como pai", relembra emocionado. O pai de Benício relembra que a sexta e última parada cardíaca foi a mais demorada. Diante dos esforços dos médicos, e tomado por desespero, ele se ofereceu para ajudar. "Nessa última, no momento que a médica estava fazendo a oxigenação, eu recordo que eu vou lá com ela e digo: 'você quer que eu ajude? Você quer que eu faça?' Porque eu percebo que cansa, então ela disse: 'não, pode deixar'". Benício morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. "A gente sempre vai lembrar dele, da criança que ele era. Uma criança pura, meiga, não era desobediente. O ser vivo mais puro que eu já encontrei, que eu conheci na humanidade", diz Breno. LEIA TAMBÉM: Cronologia do atendimento de Benício mostra sequência que levou à morte da criança Colega de trabalho diz em depoimento que alertou técnica para não aplicar adrenalina na veia Investigação No dia 26 de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) abriu processo ético sigiloso para apurar a conduta da médica. O Hospital Santa Júlia afastou tanto Juliana quanto a técnica de enfermagem Raiza Bentes. Em relatório enviado à Polícia Civil, ao qual a Rede Amazônica teve acesso, Juliana reconheceu que errou ao prescrever adrenalina na veia. Ela afirmou ter informado à mãe que a medicação deveria ser administrada por via oral e disse ter se surpreendido pela enfermagem não questionar a prescrição. A técnica Raiza Bentes declarou que apenas seguiu o que estava registrado no sistema. O delegado Marcelo Martins investiga o caso como homicídio doloso qualificado, considerando inclusive a possibilidade de crueldade. O caso Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia no dia 22 de novembro com tosse seca e suspeita de laringite. Segundo a família, ele recebeu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos, aplicadas por uma técnica de enfermagem. "Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado desse jeito. Mas afirmou que estava na prescrição", relatou o pai. O menino piorou rapidamente: ficou pálido, com membros arroxeados, e disse que "o coração estava queimando". A saturação caiu para cerca de 75%. Ele foi levado à sala vermelha e depois para a UTI por volta das 23h. Durante a intubação, sofreu as primeiras paradas cardíacas. Foram seis no total. Ele morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. Infográfico - Caso Benício Arte g1 Pequeno Benício Xavier de Freitas morreu após receber dose de adrenalina na veia em hospital de Manaus Divulgação

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/12/08/pai-relembra-ultimos-momentos-com-benicio-morto-apos-dose-incorreta-de-adrenalina-eu-gritava-muito-naquele-leito.ghtml


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