Pela 1ª vez, guarda compartilhada de filhos ultrapassa modelo em que a criança fica somente com a mãe
10/12/2025
(Foto: Reprodução) Novo retrato do Brasil
Pela primeira vez na história, as separações com guarda compartilhada dos filhos são maioria no país.
Desafios de pai: cortar a fruta, acertar a receita e, o mais difícil, agradar um exigente paladar. Apesar das vitaminas de banana, o amor de pai e filha segue inabalável. Dia sim, dia não, Mariana está na casa do Marcelo.
“Eu nem... Sem condição. Não tem como imaginar ficar só com a mãe”, diz Marcelo Steinmann, motorista.
A outra metade do tempo, Mariana passa na casa da Laís.
“E a gente optou por isso para ser o melhor para ela conviver com os dois, mas sempre em benefício dela”, afirma Lais Saintclair, professora de educação física.
Desde 2014, a guarda compartilhada é o padrão da lei brasileira. Se o pai ou a mãe não abrirem mão, os filhos ficam com os dois. O IBGE divulgou nesta quarta-feira (10) o levantamento feito nos cartórios do país. Documentos e certidões refletem mudanças de comportamento. Em 2024, pela primeira vez, o número de divórcios com guarda compartilhada dos filhos superou aqueles em que a mãe tem a guarda das crianças.
A pesquisa nos cartórios também revela que, a cada ano, nascem menos bebês no Brasil. A queda em relação a 2023 foi de quase 6%. E as mulheres se tornam mães cada vez mais tarde. Em 2004, a maioria das brasileiras que tiveram filhos tinha menos de 25 anos. Em 2024, as mães nessa faixa etária diminuíram para um pouco mais de um terço.
“Essas mulheres estão investindo na sua formação, estudando mais e indo ao mercado de trabalho. Por conta disso, acabam adiando o nascimento do primeiro filho. E quando você adia muito o nascimento do primeiro filho, você acaba tendo menos filhos. Então, a taxa de fecundidade cai”, afirma Maira Covre Sussai, demógrafa.
Pela 1ª vez, guarda compartilhada de filhos ultrapassa modelo em que a criança fica somente com a mãe
Reprodução/TV Globo
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