Renegociação de empréstimo bilionário faz Correios pagarem R$ 118 milhões a mais em juros

  • 02/12/2025
Tesouro vê juros altos e rejeita proposta de bancos para empréstimo aos Correios Os Correios, em meio a uma forte crise financeira, terão de pagar R$ 118,5 milhões a mais em juros após renegociarem, duas vezes, o empréstimo de R$ 1,8 bilhão tomado em junho de 2025. A informação consta nas demonstrações financeiras do 3º trimestre, divulgadas na sexta-feira (28). O custo extra decorre de dois aditivos assinados entre agosto e setembro, que elevaram a taxa efetiva da operação de 21,99% para 25,67% ao ano. A empresa também antecipou o início do pagamento das parcelas, encurtando o período de carência. Segundo os Correios, a renegociação foi necessária porque um dos limites contratuais — o chamado covenant, ligado ao registro contábil de precatórios — foi extrapolado, obrigando a revisão das condições do financiamento. Também na sexta-feira (28), o Conselho de Administração autorizou a direção da empresa a buscar um empréstimo de R$ 20 bilhões, ainda não formalizado (veja detalhes mais abaixo). Como era o contrato original O empréstimo foi firmado em 4 de junho, ainda na gestão anterior, para reforçar o caixa da estatal. Os termos iniciais previam: Vencimento final: 28/11/2026 Juros: CDI + 3% ao ano Taxa efetiva: 21,99% Encargos totais: R$ 367,4 milhões Pagamento: 6 parcelas a partir de junho de 2026 O que mudou após os aditivos Ao renegociar o contrato, os Correios aceitaram juros mais altos e anteciparam o cronograma de pagamento. As novas condições estabeleceram: Juros: CDI + 3% a.a. (jun–set/2025) CDI + 4% a.a. (set–nov/2025) CDI + 5% a.a. a partir de novembro Taxa efetiva: 25,67% Encargos totais: R$ 485,9 milhões Pagamento: 11 parcelas mensais a partir de janeiro de 2026 A renegociação incluiu ainda a cobrança de: R$ 83,7 milhões de taxa de contratação; R$ 44,8 milhões de taxa de renegociação. Aumento do endividamento e prejuízo O relatório financeiro mostra que os Correios acumulam R$ 6 bilhões de prejuízo no ano — o 13º trimestre consecutivo no vermelho. Empréstimos recentes contribuíram para o aumento das despesas financeiras. A estatal já pagou R$ 26 milhões em juros ao banco Daycoval e R$ 173 milhões ao Banco ABC, referentes a um empréstimo de R$ 550 milhões tomado em dezembro de 2024. Do crédito de R$ 1,8 bilhão captado em junho, R$ 109 milhões em juros já foram incorridos. Previsão de novo empréstimo de R$ 20 bilhões Também na sexta-feira (28), o Conselho de Administração autorizou a direção da empresa a buscar um empréstimo de R$ 20 bilhões, que contará com garantia do Tesouro Nacional e ainda depende de aval do Ministério da Fazenda e do Congresso. A expectativa é que R$ 10 bilhões sejam liberados ainda este ano, e o restante — duas parcelas de R$ 5 bilhões — chegue em 2026. A direção da estatal afirma que o novo empréstimo é essencial para recuperar o caixa e viabilizar o plano de reestruturação. Mas, nesta terça (2), o Tesouro Nacional rejeitou a proposta do consórcio de bancos que quer bancar o empréstimo. O Tesouro considerou alta a taxa de juros, de 136% do CDI. Com isso, o empréstimo está parado. O que dizem os Correios Em nota, a empresa afirmou que a renegociação “garantiu estabilidade financeira em um período crítico” e que o incremento dos custos decorre do ajuste contratual após o descumprimento de uma cláusula contábil. A estatal também destacou que contratou uma consultoria para reforçar controles internos e aprimorar critérios de provisões e contingências.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/12/02/renegociacao-de-emprestimo-bilionario-faz-correios-pagarem-r-118-milhoes-a-mais-em-juros.ghtml


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