Veja linhas de investigação da polícia sobre morte do menino Benício após dose de adrenalina na veia

  • 04/12/2025
(Foto: Reprodução)
Caso Benício: Médica e técnica de enfermagem passam por acareação em Manaus A Polícia Civil do Amazonas trabalha com quatro linhas de investigação sobre a morte de Benício Xavier, de 6 anos, após a aplicação incorreta de uma dose de adrenalina na veia, em Manaus. Além de considerar possíveis erros da médica, da técnica de enfermagem e responsabilidade do hospital, a investigação também considera possíveis erros durante tentativas de intubação, confirmou o delegado responsável pelo caso, Marcelo Martins, nesta quinta-feira (4). Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro, após receber uma dose incorreta de adrenalina. A médica admitiu o erro em um documento enviado à polícia e em mensagens em que pediu ajuda ao médico Enryko Queiroz, mas a defesa dela afirma que a confissão foi feita "no calor do momento". O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MPAM). A informação foi detalhada após a acareação entre a médica Juliana Brasil Santos — que admitiu o erro na prescrição da adrenalina — e a técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva, responsável pela administração do medicamento. O delegado do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Marcelo Martins, afirmou que a Polícia Civil trabalha simultaneamente com quatro possíveis frentes de responsabilidade: Erro da médica na prescrição da medicação Falha da técnica de enfermagem na dupla checagem antes da aplicação Responsabilidade do hospital quanto a estrutura, protocolos e eventuais falhas do sistema de prescrição Possibilidade de erros nas tentativas de intubação na UTI “O fato de nós constatarmos eventualmente uma causa ou outra não anula as demais”, reforçou. A técnica de enfermagem foi suspensa pelo Conselho de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM) nesta quinta-feira (4). A polícia apura se houve falha ao checar a medicação antes da aplicação. Em depoimento, ela afirmou que apenas seguiu a prescrição médica ao aplicar a dose de adrenalina em Benício Xavier. “Eu administrei a medicação conforme a prescrição médica. Não tive auxílio, estava sozinha. A mãe questionou a via de administração, mas estava prescrito intravenoso”, relatou. Segundo o delegado, pessoas da gestão do hospital devem ser ouvidas nos próximos dias para esclarecer fatos que podem ter colaborado para a situação, como a falta de farmacêuticos e a quantidade de enfermeiros disponíveis. "Foi constatada que na data do fato, só tinha 3 enfermeiros para cinco setores. Estamos investigando até que ponto essa quantidade de enfermeiro pode ter interferido. Não tinha farmacêutico. O farmacêutico poderia ter feito essa analise e brecado a dispensação dessa medicação e ela foi dispensada por alguém que não é farmacêutica". Segundo Marcelo Martins, depoimentos colhidos pelas autoridades levantaram a suspeita de que Benício pudesse ter sido vítima de algum erro na UTI. "Os depoimentos indicavam que embora ele tivesse ficado mal, ele chegou à UTI relativamente bem. Ele estava consciente e rapidamente teve uma piora muito radical." O delegado afirmou que, durante o atendimento a Benício, houve três tentativas de intubação, todas sem sucesso. "Não conseguiram, chamaram uma outra médica que estava em casa. Ela chegou horas depois e conseguiu. Só que ele foi submetido a medicamentos fortíssimos", explicou o delegado. Segundo o pai da vítima, a intubação teria provocado as primeiras paradas cardíacas. O menino sofreu seis paradas consecutivas, todas com tentativa de reanimação. A última foi fatal. Martins afirmou ainda que a conclusão dependerá de exame técnico. "Nós vamos prosseguir agora com uma série de requisições ao Instituto Médico Legal, e o IML vai dar o veredito final, pericial, em relação a essas causas." O que diz a defesa A defesa de Juliana Brasil Santos afirmou que a médica reconheceu o erro “no calor do momento” e sustenta que uma falha no sistema automatizado do Hospital Santa Júlia teria alterado a via de administração registrada pela médica. Os advogados apresentaram vídeo para mostrar problemas na plataforma e alegam que instabilidades no sistema contribuíram para o agravamento do quadro de Benício. Assista abaixo. Advogado alega falha no sistema como causa de erro no modo de aplicação de adrenalina Ao lado do advogado, Raiza reforçou a versão que apresentou no depoimento e enfatizou que estava sozinha, sem auxílio. O hospital informou que não vai se manifestar sobre o caso. LEIA TAMBÉM: Cronologia do atendimento de Benício mostra sequência que levou à morte da criança Defesa diz que médica admitiu erro no 'calor do momento' e aponta falha no sistema do hospital Polícia investiga possível adulteração de provas por médica que prescreveu adrenalina Investigação No dia 26 de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) abriu processo ético sigiloso para apurar a conduta da médica. O Hospital Santa Júlia afastou tanto Juliana quanto a técnica de enfermagem Raiza Bentes. O delegado Marcelo Martins investiga o caso como homicídio doloso qualificado, considerando inclusive a possibilidade de crueldade. Ele chegou a pedir a prisão preventiva da médica, mas Juliana continua protegida por habeas corpus concedido pela Justiça. O caso Caso Benício: veja cronologia do atendimento que levou à morte de criança Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia no dia 22 de novembro com tosse seca e suspeita de laringite. Segundo a família, ele recebeu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos, aplicadas por uma técnica de enfermagem. "Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Perguntamos e a técnica disse que também nunca tinha aplicado desse jeito. Mas afirmou que estava na prescrição", relatou o pai. O menino piorou rapidamente: ficou pálido, com membros arroxeados, e disse que "o coração estava queimando". A saturação caiu para cerca de 75%. Ele foi levado à sala vermelha e depois para a UTI por volta das 23h. Durante a intubação, sofreu as primeiras paradas cardíacas. Foram seis no total. Ele morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. Infográfico - Caso Benício Arte g1 Benício Xavier, de 6 anos, morreu após receber dose incorreta de adrenalina em hospital de Manaus. Redes sociais

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/12/04/veja-linhas-de-investigacao-da-policia-sobre-morte-do-menino-benicio-apos-dose-de-adrenalina-na-veia.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 5

top1
1. SE EU NÃO TE OUVIR

SARAH FARIAS

top2
2. FOI DEUS

DAVI SACER

top3
3. LINDO MOMENTO

JULIANA SOUZA

top4
4. OS PLANOS DE DEUS

SAMUEL MESSIAS

top5
5. O DONO DA PROMESSA

KELLEN BIANCA

Anunciantes